APRENDENDO A ABRIR MÃO
“…. ele decidiu abrir mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual ao seres humanos. Fp 2.7″
Se você é mãe, sabe bem o que significa a expressão “abrir mão”. A partir do momento que começamos a jornada da maternidade, ali ainda, com aquela pequena semente em nosso ventre, essa expressão de fato, começa a fazer parte diariamente das nossas vidas.
abdicar é amar
Se você não aprendeu no casamento a abrir mão de algumas coisas para demostrar amor, com certeza a maternidade vai te ensinar!
São muitos os momentos. Sabe aquele dia que você, com água na boca, lembra que não pode comer o tal peixe cru, porque seu médico não recomendou durante a gestação?
Ou quando você teve que abrir mão das suas roupas e calçados nas últimas semanas de gestação, para usar a única calça e chinelo que ainda serviam em você? E, quem nunca chegou em casa morta de fome, mas se deparou com tantos afazeres, que a última coisa que fez foi comer?
E, aquele dia que você queria assistir um mero episódio da sua série preferida (aquela série que todo mundo já assistiu, mas que você ainda está no episódio 5 da primeira de dez temporadas) porque tem um serzinho apontado pra televisão dizendo: Mamãe, “Masha”!
E quando foi a última vez que você finalmente conseguiu tomar um banho relaxante sem ouvir alguém chorando ou chamando “mamãeeeee”???
É minha querida, nós sabemos o que é abrir mão de pequenos desejos diários (fazer uma unha, comer uma comida quente ou tomar um banho tranquilo) e muitas vezes, de grandes sonhos (abrir mão de um emprego, uma carreira, uma viagem internacional) não é fácil.
Claro que escrevi tudo isso hoje rindo, pois o amor e o carinho dos nossos pequenos são recompensadores. A maternidade é apaixonante. É um amor enlouquecedor, difícil de explicar, expressar ou descrever. Você sabe do que estou falando, né!?
Por que abrir mão não é fácil?
Nada exclui o fato de que abrir mão muitas vezes é angustiante. Só nós, mamães, sabemos como todos esses sacríficos quando somados, nos entristecem, nos machucam e, às vezes, nos despedaçam.
O fato é: como olhar para todas essas coisas que deixamos de lado por causa de um bem mais precioso, e confiar que tudo vai ficar bem e, que fizemos a escolha certa?
Deixamos bons empregos, deixamos noites de sonos contínuas, deixamos de fazer viagens longas, deixamos aquele corpo magro e sem estrias. Nós abrimos mão. Nós abdicamos.
Nessa live eu e o Rangel falamos um pouco sobre como foi o processo de abdicação que a maternidade e a paternidade nos proporcionou.
Jesus também abriu mão de muita coisa quando veio ao mundo. E eu fico pensando… Por mais que ele seja o próprio Deus, quando encarnado na Terra, ele se tornou homem, também. E como homem, ele deve ter tido preguiça, cansaço, dor, raiva, ódio, e com certeza, muitas de suas vontades foram deixadas de lado para que ele cumprisse sua missão.
Quando abrimos mão da nossa vida e, como mães, é o que o que fazemos diariamente, estamos dando espaço para que o nosso pequeno se desenvolva, aprenda, conviva, experimente, apaixone-se. Estamos nos tornando menos egoístas, menos consumistas. Estamos aprendendo a viver com menos, com pouco e, no fim, com o suficiente. Já parou para pensar por este prisma?
A maternidade me fez uma pessoa diferente. E hoje, com toda certeza, acredito que ela me fez uma pessoa melhor. Imagina como nós conseguimos conciliar tantas coisas ao mesmo tempo? Eu tenho amigas que tem mais de um filho e são donas de casa, consultoras, empreendedoras, vendedoras, esposas e mãe em tempo integral. Que loucura, não!?
Por isso, acho que temos o direito de ficarmos chateada por ter que abrir mão de muitas coisas, quase sempre. Acho, de verdade, que o que não podemos esquecer é da causa maior. O propósito de tudo isso em nossas vidas.
Já falei aqui que somos privilegiadas por sermos mães, por termos uma casa, por termos amigos. Por podermos comprar coisas, escolher caminhos, decidir o que fazer.
Agora é hora de agir
Então quero deixar um desafio pra você. Chame uma amiga que também tem um filho pequeno para tomar café. Com certeza, será um dia bom para você e para ela e, no final do dia, você vai estar dizendo a ela “…mesmo assim, vale a pena. E por muitas vezes me pego pensando em ter mais um. Será?”
Com carinho de mãe pra mãe!