O que é Comunicação não violenta?
O termo comunicação não violenta (CNV) foi cunhado por Marshall B. Rosemberg, em seu livro intitulado: Comunicação Não-violenta. Dentre toda a discussão, podemos dizer de forma sintética que a CNV busca por uma comunicação orientada por inteligência(s) emociona(is).
Em seu livro, Rosenberg define a Comunicação Não-Violenta como uma forma de desenvolver as habilidades de falar e ouvir partindo da premissa da possibilidade de relacionamentos saudáveis.
A comunicação não violenta leva os indivíduos a se envolverem de forma genuína uns com os outros, possibilitando uma conexão profunda e proporcionando a compaixão entre os que buscam pela diálogo.
Mas, para além da comunicação não violenta, acreditamos na possibilidade de uma Comunicação Construtiva. Ou seja, um passo para além da não violência, que vai na direção de uma construção social pautada no diálogo, compreensão e cuidado.
POR UMA COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA
A Comunicação construtiva é um dos princípios básicos no desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. Muitos casamentos, sociedade e parcerias chegam ao fim por causa da falta de uma comunicação assertiva.
No post de hoje vamos aprender sobre os pilares da Comunicação Construtiva e, dessa forma, buscar maneiras para aprimorar nossos relacionamentos através de atitudes coerentes e amáveis.
Sempre que tento definir o que é “Comunicação Construtiva” a primeira imagem que vem à minha mente é a construção de uma casa.
Ninguém constrói uma casa sem planejamento, não é? Precisa ter desenho, conceito e cálculo de gastos.
Assim é a nossa comunicação interpessoal. Precisamos ser conscientes, determinados e ter um propósito muito bem definido.
“Uma construção passa por etapas. Nunca comece pelo telhado”
Assim como construir uma casa leva tempo, desenvolver relacionamentos saudáveis também não acontece da noite pro dia. Por isso, a comunicação que observa alguns passos tende a ser mais harmônica e assertiva. Porém, é preciso fluidez, isto é, não se resume a um passo a passo predeterminado por alguém.
Outro aspecto importante é que a comunicação construtiva custa. Não, necessariamente, dinheiro. Mas, custa tempo, dedicação, abdicação de preconceitos, pré-conceitos, crenças limitantes e é preciso dedicação em qualidade de presença.
Por outro lado, a comunicação construtiva protege e abriga. Protege a dignidade tanto de quem fala quanto de quem escuta. E, abriga, em um movimento de empatia e autenticidade, preservando os relacionamentos, tornando-os saudáveis.
Da mesma maneira que a casa se desgasta com o tempo, a comunicação construtiva também precisa passar por reformas. Por isso, estar aberto a mudanças é uma forte característica de quem escolhe uma comunicação construtiva, pois estimula a auto análise constante e leva à melhoria contínua.
Nada é tão bom que não possa melhorar, certo? Portanto, podemos dizer que a comunicação construtiva tem uma personalidade marcante. Ou seja, a autenticidade é fundamental no processo de construção da comunicação construtiva.
O que quero dizer é que o foco não está em falar persuasivamente ou esconder o que pensa, mas em se expressar com respeito, levando em consideração a maneira como o interlocutor vai receber a mensagem.
A proposta da Comunicação Construtiva é ressignificar nossos conflitos, nossa forma de pensar, agir e (principalmente) reagir. Não é uma decoreba de passos, é uma nova lente”
Além do que, no mundo já temos tanta destruição. Melhor é construir. Tanto em ações quanto em palavras. Então, o nosso objetivo deve ser trabalhar por algo que agrega, edifica, pacífica e faz pessoas e relacionamentos serem melhores do que um dia foram.
“Nosso grande desafio é nos expressarmos assertivamente, sem perder a empatia!”
Por Uma comunicação mais assertiva
Nesse vídeo você pode aprender como ter uma comunicação mais assertiva sem perder a empatia:
COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA E COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA
A base da Comunicação Construtiva está alinhada com os princípios da Comunicação Não Violenta (CNV), que foi uma teoria proposta por Marshall Rosenberg, na década de 1960. Segundo este psicólogo norte-americano, tudo o que pensamos, falamos e fazemos parte de uma necessidade humana universal.
Explico melhor. Quando dizemos que desejamos respeito, possivelmente estamos tentando dizer que preferimos quando uma pessoa nos olha nos olhos ao conversar, ou que é muito importante quando o marido avisa a hora que vai chegar para que possamos nos organizar com o jantar (rss).
Da mesma forma, quando alguém age de forma violenta, está tentando comunicar que alguma necessidade não está sendo atendida. É possível que ele esteja em busca de justiça social, visibilidade ou apoio.
A CNV preconiza que os seres humanos possuem necessidades comuns, que são os aspectos indispensáveis para uma vida plena e funcional e que as mesmas necessidades podem ser atendidas de formas diferentes (estratégias), que são construídas nos indivíduos a partir de suas crenças, experiências e construção cultural.
Por isso, segundo Rosenberg, perceber que nossas divergências estão no campo das estratégias aumenta nossa capacidade de empatizar, pois percebemos que quando o outro faz algo que nos agride, ele está, apenas, tentando atender algumas de suas necessidades, porém, utilizando-se de uma estratégia que cria muros ao invés de pontes.
Neste ponto da nossa conversa, acredito que seja importante aprofundarmos o entendimento sobre a empatia. O senso comum sobre o conceito de empatia tem criado uma impressão de que quando nos compadecemos das pessoas, estamos praticando empatia. Ou até mesmo que empatia é simplesmente “me colocar no lugar do outro”. Mas quero lhe fazer um convite à reflexão.
Pense comigo. Eu, Ana, em 2020 completei 36 anos. Sou branca, heterossexual, filha única, criada com uma determinada condição financeira, pertencente a uma comunidade religiosa, mãe de dois filhos, casada há 17 anos e com uma formação acadêmica voltada pra área de humanas.
Como eu poderia com este histórico, ter condições de entender profundamente, ou até mesmo opinar em questões que envolvem a sua vida, ou a vida de outra pessoa? Pensando nesse prisma, é humanamente impossível que eu “me coloque no lugar” de alguém.
O convite da empatia é no sentido de deixarmos de acreditar que a nossa visão de mundo é a única visão de mundo possível e aceitável. É sair do meu lugar e ir em direção ao outro tendo em mente que preciso estar disposto a compreender a situação a partir da perspectiva do outro e não da minha.
COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA E A VULNERABILIDADE
Por levar em consideração os sentimentos e as necessidades dos indivíduos, a Comunicação Construtiva também está ancorada no conceito da vulnerabilidade proposto pela pesquisadora norte-americana Brené Brown.
Segundo a autora, existe um mito, fortemente enraizado em nossa sociedade, de que vulnerabilidade é sinal de fraqueza e que falarmos sobre como nos sentimos e o que desejamos é depreciador e deve ser evitado a qualquer custo, pois nos expõe e ridiculariza. O resultado disso é que quando nos sentimos ameaçados criamos barreiras entre nós e nossas características vitais.
Segundo Brené, podemos ampliar nossa perspectiva a respeito da vulnerabilidade para, então, conhecermos as razões que nos levam a agir (e reagir) mediante fatos, pessoas e pensamentos.
Portanto, o convite da Comunicação Construtiva é para nos apropriarmos de nossa natureza compassiva, bondosa e imperfeita para alcançarmos nossa humanidade exercendo a empatia no seu sentido mais genuíno: fortalecendo estruturas cooperativas de convivência e relacionamento.
Mas, se ao contrário disso, permitirmos que nossas defesas se tornem armaduras, temos um cenário dramático: quando, na ânsia de nos protegermos do sofrimento e da dor, nos afastamos das pessoas e das situações que exponham nossa vulnerabilidade, criamos muros de proteção emocional.
O problema é que essa estratégia de proteção imaginária, que pode proteger dos sentimentos desagradáveis (assim como uma armadura que protege um soldado de ser transpassado por uma espada), também o impede de vivenciar experiências e sentimentos agradáveis (assim como um soldado que usa uma armadura e não consegue sentir o ar refrescante sob um sol escaldante).
Por isso, quando compreendemos o potencial de escutarmos atentamente nossos sussurros mais íntimos, seremos capazes de descobrir o que estamos tentando proteger, o que de fato é valoroso para nós, e assim podemos canalizar nossa força para a mudança de linguagem e comportamento, ao invés de nos desconectarmos das pessoas ou de nós mesmos.
Sobre a vulnerabilidade, recomendo o vídeo do TED de Brené Brown:
AGORA É HORA DE AGIR
A forma mais comum de comunicação que praticamos em nossos dias é a alienante e nos desconecta de quem realmente somos e de quem nos cerca. Para sairmos desse “piloto automático” nosso primeiro passo é ampliar a consciência e a intencionalidade em nossos pensamentos e palavras.
É simples? É. Fácil? Nem tanto.
Então eu te convido a conhecer mais sobre a Comunicação Construtiva no meu perfil do Instagram @ana_nossafamilia. Você vai encontrar um conteúdo simples, com estratégias eficazes para aprimorar sua forma de conviver e se relacionar.
Um abraço, te espero lá!
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